sábado, 18 de dezembro de 2010

Ultimamente

tenho optado pelo vício do fácil. Aquela cômoda inércia do mesmo, do repetitivo, do hábito doente - é, nada saudável. Eu, que vivo em movimento para mudanças - mesmo que muitas vezes só no nível do pensamento -, não movo uma palha sequer para desatar-me dos meus velhos nós. E põe velhos nisso, apesar dos meus vinte (ou vinte e um) anos novos. Mesmo que inconsciente, esse imã que me prega ao meu lugar-comum tem sempre rumo certo e hora marcada. Assim, me vejo voando, magnetizada, dando olá para meus velhos hábitos. Chego e saio reclamando, óbvio. Não sei dizer qual é o maior pesar: chegar ao meu escasso e já decorado repertório de ações ou sair de tudo isso com o peso da minha plena consciência, a qual já existia e tentava me dizer que aquilo não era o certo. De um jeito ou de outro, todo esse processo - que fique bem claro, o processo: retomar hábitos repetitivos, permanecer na inércia, cair no mesmo erro, enfim - todo esse processo me desgasta. Sempre me desgastou, essa é a verdade. Não importa se já obtive sucesso em algumas realizações à essa maneira, isso tudo me incomodou desde o princípio. Diante disso, talvez surja o questionamento 'então porque, porque você não muda?' que eu mesma faço, eu mesma respondo. E te digo. E me digo. 'Não sei'. Afinal, essa é uma resposta cômoda. Mas se eu fosse analisar mesmo porque de fato eu não me mexo para mudar, que na verdade pode ser um pouco do que estou tentando fazer agora, iria na verdade me perder nesse mundaréu (mundaréu é uma dessas palavras engraçadinhas e toscas que a gente às vezes se depara, assim como 'furdúncio' ou 'pandemônio') de palavras. (pandemônio de palavras me soa bem, também). como estou fazendo agora, aliás. O que me deixa um pouco aflita é pensar que, mesmo eu expondo o ridículo dessa minha situação de modo assim tão, hum, exposto, continuarei a agir com meus mesmos modos. Pensarei com meus velhos hábitos. E me desgastarei. Porque essa não é a primeira vez em que me coloco em xeque com essa minha lesmice de ação. Tampouco será a última. Estou até com sono de mim, às vezes tenho sono de mim. Preciso de um pouco de vergonha na cara, será que é isso? Vergonha já tenho tanta... Preciso trabalhar com metas, afinal sou um número 9 (ler sobre Eneagramas. interessante). Isso já tentei. Funciona, até, mas mesmo minhas metas caem no meu senso comum. Elas se tornam metas genéricas, poderia escrevê-las em 'post-its' e grudá-las conforme quisesse em minha agenda, dependendo da tarefa e do dia (, sim, já fiz isso). E talvez deixar de lado essa minha ânsia por analisar, reparar, descrever tudo o que me acontece e o que está a minha volta. Descansar a mente e partir para a ação. Como sempre, como sempre.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Um presente

que compartilho:

Letuce - De mão dada

o que ela gosta em 5, 4, 3, 2, 1

banana com aveia e canela
mamão com aveia
música no piano
acordeon
nariz grande
filmes franceses
filmes espanhóis
língua espanhola
caqui
sol às 5 da tarde
a cor do seu cabelo às 5h da tarde
piercing no nariz
altura
meias nos pés
danoninho
yakult
quando dizem "bonjour"
chá de frutas vermelhas
cerveja Quilmes
cheiro de bolo de laranja
coisas inesperadas

pensou demais

Segunda-feira

Estava tão triste, e de tão triste o que mais a fez feliz naquela hora foi sentar-se no degrau da escada e começar a chorar.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Dentro do avião

O céu sempre a fascinara. Não só pelas suas nuvens gordas e macias, ou pela sua cor - para ela tão inexplicavelmente - azul, ou ainda por suas estrelas mortas e brilhantes.
É pelo infinito. O infinito enche seus olhos, toma suas mãos. Nunca conseguira pensar direito no infinito - um emaranhado de imagens disformes tomam seus pensamentos tão rápido como vão embora - e aí é tomada por um branco mental, um sentimento frio de um certo desespero. O infinito não se deixa pensar por ela. Olhando para o céu ela tenta compreender o que não cabe nos seus pensamentos. As nuvens são felizes. O infinito do céu é liberdade. Lá de cima ela vê a vida acontecendo, os automóveis se cruzando, a roda gigante girando. Tudo em câmera lenta. Lá de cima ela não vê as pessoas correndo, nem andando - não vê as pessoas. O mar de nuvens passa por cima de tudo, sereno, veludo. O avião aterrisa no barulho, na terra dura. Os meus pés no chão impõem o meu limite, é dali para cima. Dali para cima, até o fim do céu. Do começo da terra até o fim do céu.

Às vezes ela caminha olhando para o céu, vez ou outra alguma nuvem se desprende lá de cima e se espatifa no chão, perdendo o seu caminho, chegando no seu fim. À noite, a lua guarda o limite do céu.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

"mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida."

Fernando Pessoa diz. "Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver".


Eu digo, todo mundo diz, você sabe : como é difícil mudar. É ruim, é ruim sim. Está tudo tão bom, está tudo tão cômodo. As coisas parecem funcionar bem. Mas é preciso mudar de posição, sair do banho quente e se vestir, levantar da cama às 6h da manhã, lavar a louça do almoço. Mudar exige um esforço que às vezes nos parece sem medidas. Dói, é incômodo. Muitas vezes a incerteza do novo nos deixa com o pé atrás, e assim nos acovardamos. Mas a vida é mudança, é feita de ciclos, de idas e vindas. Então, que saibamos que, por mais que nos deixemos adiar, que fiquemos enrolados no cobertor colocando a soneca do despertador, alguma hora teremos que mudar. E que essa mudança, seja para um novo melhor ou pior, vai sempre nos fortalecer e nos tornar mais corajosos. Afinal, para rupturas é preciso coragem, seja para o fim, seja para enfrentar o que há por vir, ou os dois.

(E estou precisando mastigar, comer e dormir as palavras de Fernando Pessoa e quem sabe agora, até as minhas.)

sábado, 12 de junho de 2010

Abololô

e a saudade vem

domingo, 23 de maio de 2010

não está fazendo

sentido algum.

não está.

domingo, 9 de maio de 2010

Mãe

... mas você está em tudo o que você fez de mim. Tudo o que fez para mim. Está na minha intuição, no que eu sinto, no que eu penso. Está na minha saudade, nas minhas lembranças, nas minhas lágrimas. Está em mim, eu que sou os seus ensinamentos, sou o seu carinho, sou todo o seu amor, sentido e vivido.

Está em todos que te amam muito.

Você é amor em mim.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

"A viagem de um barquinho"

" Como é que alguém pode ser dono da liberdade do outro? Como é que você pode dizer que ama o seu barquinho e querer que ele seja seu? Ele é das ondas... talvez... mas as ondas vão e vem."



" Ser feliz para sempre me lembra chinelo, cor de burro quando foge e dia de chuvinha fina! Ser feliz é coisa de repente, é coisa de viagem, festa, maravilha! "


Silvia Ortoff

domingo, 18 de abril de 2010

Céu estrelado

Ao mesmo tempo que me enche os olhos de beleza
enche a minha alma de solidão.

terça-feira, 13 de abril de 2010

"Você não está por perto e ainda está tão perto"

Um dia desses, Menina se sentiu mãe da Mãe.

Pediu a Vó que a deixasse ver fotografias antigas. Vó lhe dera uma caixa cheia de fotos, misturadas. Fotos de Mãe pequena, com os irmãos pequenos. Foto de Vô fumando charuto, foto de Vó fumando cigarro (Vó não fuma mais e não gosta dessa foto). Fotos de Mãe no carnaval com amigos, foto do Primo de Vô, que ninguém lembrou o nome. Fotos do Natal passado, foto do Priminho que acabara de nascer. Fotos e mais fotos. Bagunçadas, dentro da caixa.
Mãe era bonita. Menina fica pensando como ela devia ser na sua idade. Que engraçadinha, essa foto. Então Vó entra com um caderno. O caderno da primeira série escolar de Mãe. Cheiro de guardado, folhas amareladas. Menina folheou. Desenhos de criança, letra desengonçada, palavras divertidamente despejadas no papel.

e foi aí que Menina se sentiu mãe da Mãe.

O que você quer?

O que VOCÊ quer?
O QUE você quer?
O que você QUER?!
O QUE VOCÊ QUER O QUE VC QUER O QUE VC QUER?

AHrg.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Havia alguma coisa

que nos separava. Mas eu sabia que mais me separava dele do que ele de mim. E essa alguma coisa ficou no meio do caminho da nossa relação. Impediu que acontecesse eu e ele, nós. Na verdade, nós nunca existimos de fato. Fomos sempre eu, fomos sempre ele. Mas nunca nós. A alguma coisa, no entanto, calhava de nos separar ainda mais. Não que percebêssemos, mas eu e ele sentíamos que não estávamos bem. Mesmo assim, tentamos ir para frente: alugamos um apartamento, compramos pratos e talheres, jogo de lençol. A casa tinha a cara dele, a casa tinha a minha cara. Criamos nossos laços, que não tardaram a virar nós. Infinitos nós nas conversas, no jantar, na cama. Nó na garganta. Alguma coisa está errada, meu amor, ele dizia. Eu sei, eu sei. Sabia mais do que ele, mas me fazia de sonsa, desacreditada. Na verdade, preferia acreditar no simples fato de que um dia o amor acaba, e só, só isso que acontecera entre a gente. O que acontecia, porém, é que o nosso amor nunca existiu. Talvez tenha existido uma paixão inicial, mas amor, nunca. Pelo menos, não de minha parte.
Foi numa manhã que acordei, e falei sem respirar: não te quero mais. E eu sei que você também não me quer. Acabamos com a farsa do lar. Ele para um lado, eu para outro, com as minhas coisas, ele, com as coisas dele. Até que foi fácil, nada tínhamos para repartir. Seremos apenas bons amigos, então? ele me disse, abrindo a porta da sala. Fiz que sim com a cabeça, pensando: afinal, é o que sempre fomos, nada mais do que bons amigos.
Hoje estou casada, hoje me sinto amor, janto amor, durmo amor. Meu marido e eu, somos nós. Mas até hoje penso no que faltou naquela minha outra história, a minha história com a história daquele com quem, por algum motivo, um dia eu quis ficar junto; mas alguma coisa não deu certo. Alguma coisa...

sexta-feira, 26 de março de 2010

Noah e a baleia

Banda gracinha que meu amigo me passou

Noah and the Whale - 5 Years Time

Te Quiero.

Para mim, a expressão de amor melhor traduzida em palavras

,mesmo que não seja em português.

domingo, 21 de março de 2010

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Prato do Dia

5...4...3...2...1... Feliz Ano Novo!!! Mas vai, me abrace logo e deseje um próspero ano novo porque eu já estou indo para o Carnaval... Vou passar nas Lojas Americanas para comprar minha fantasia, o confete e a serpentina. A cerveja é por sua conta. Aliás, quando você passar no supermercado, aproveite para comprar um ovo de Páscoa para mim. E não vá se esquecer de comprar o da sua mulher, o da sogra e o do seu filho, esse, o maior e de preferência com a surpresinha que ele viu na TV. Antes que seu chocolate derreta, saia correndo de casa para o shopping, você quase esqueceu de comprar o presente do Dia das Mães. Aproveitando o embalo, escolha o presente que mais agrade o seu amor, afinal logo será o Dia dos Namorados. Reserve um restaurante, compre flores, escolha o melhor motel... Não faltarão opções para vocês dois. Vai entrar de férias? Compre o maior pacote, com o melhor hotel, conforto para toda a família. Cinco estrelas, quatro, ou mesmo que sejam três. Você não vai desperdiçar seus dias de férias ficando em casa. Na viagem, aproveite para comprar o presente do Dia dos Pais, afinal agora é a vez do velho... Chegando em casa, entre em acordo com seu filho sobre o presente do Dia das Crianças, porque você já gastou muito nas férias e o Natal já está aí, mas tudo bem vai, o pequeno pode ganhar alguma coisa. Vá nas Lojas Americanas de novo, mas dessa vez para comprar a fantasia de Haloween (Dia das Bruxas?) de seu filho, e compre também doces, balas, chicletes azuis. Não precisa ter sentido, apenas se vista de abóbora e distribua doces para a criançada. Muitas luzinhas piscando, falsa neve caindo, sinos ao fundo? É o Natal, que chegou. Compre presentes para toda a família, enfeite a árvore, asse o perú e o Tender... quando estiver tudo no ponto, chegou a hora de estourar o champagne... é Ano Novo!

a vida sugerida.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

domingo, 24 de janeiro de 2010

Minha curta história com você

Sou apaixonada pelo dia que nos conhecemos. Não me importa se para ele não houve assim tanto porquê como para mim. Disso não sei e acho que nunca vou saber.
Mas quem sabe eu prefira sentir sozinha toda aquela intensidade que existiu.
Já foi um ano mas ainda lembro da nossa conversa, do jeito que me beijou. Daquele encontro perfeito naquele momento, de cada pedacinho de nós dois.
E essas palavras (lembrei-me agora dos seus olhos verdes e fundos), se te reconhece nelas, não se anuncie, apenas guarde-as com você. Ainda me restam as lembranças, e quero guardá-las assim, sozinha.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Luciano

"Verdade tem perdão, mentira não".

Foi o que ele disse quando comentou de um grande amor.

Ali na areia, seus olhos procurando qualquer coisa no perdido do mar.

Luciano apareceu com seus pés descalços e brincos de pena, deixando todas apaixonadas naquele fim de tarde.

Delícia

de música.

Uma das melhores trilhas sonoras, de um filme tão bom quanto.

Eddie Vedder - No Ceiling

domingo, 17 de janeiro de 2010

Tapete Branco

Ela tem medo de mostrar suas inseguranças e 'solidões'. Ela nem sabe se existe um plural para solidão, mas é assim que chama tudo o que nela considera vazio ou incompleto.

Começou a escrever por impulso, mas deitou-se no tapete e começou a pensar em solidões. Domingos sempre a deixam pensativa e mesmo um tanto melancólica.
Já não se lembra mais o que a fez começar a escrever, ou onde queria chegar. Perdeu-se em cada pedacinho seu de solidão. E mais uma vez escondeu os seus medos, guardando-os pra si, descansando-os no tapete.