domingo, 13 de setembro de 2009

"Eu te vejo do jeito que você realmente é,

mas não me vejo do jeito como realmente sou." Foi o que um amigo me disse, enquanto tinhamos uma conversa-sem-fim. Ele se referia à imagem que vê no espelho, aquela que reflete o nosso contrário, o nosso lado oposto, invertido. Fiquei pensando... como posso ser tão íntima de mim mesma, como pode ser essa integração corpo-alma-mente, se nem ao menos me sei completamente? Se não me vejo, enfim, "do jeito que realmente sou?" ; como ele pode saber mais sobre mim, como eu posso saber mais sobre ele, se nós não sabemos de nós mesmos?
Isso tudo me dá um sentimento um pouco fora do comum. Parece criar um certo distanciamento comigo mesma, e me tomam sentimentos incansavelmente conflitantes. Afinal, já não sei quem sou e o que sou, na questão mais íntima do conflito. Agora, já não sei também como sou externamente. Meu amigo sabe, mas eu não. Só sei como sou ao contrário. Sei como o espelho me mostra.
Pode até parece fútil toda essa preocupação. Mas o que me intriga e, na verdade, também me assusta, são essas peculiaridades e sutilezas da vida que estão aí e a gente não vê, que adentram nos espelhos, que estão no ar e que nós só atropelamos com a rotina do nosso dia-a-dia.

Um comentário:

Filippe F. Cosenza disse...

Você escreve bem sobre aquilo que não conhece, não acha? gostei.